Era minha aquela Solidão


Ela me encontrou, outra vez não por favor. Eu lhe imploro tempo, não faça isso, estou bem distante dela, não a preciso comigo… E então, ela voltou, entrou pela porta que eu deixara aberta para outro alguém, trazendo toda a escuridão que outrora eu não teria, moça estranha. Trancou-nos na casa, disse que veio me fazer companhia. Essa moça me devasta, me obriga a ama-lá, não sei lidar com obrigações. Outrora ela some, me deixa à brisa da madrugada e vai fazer companhia para solitários, como eu. Essa moça me persegue, o que ela quer de mim? Se tudo que eu tinha perdi no caminho, se até meu coração um alguém levou e sem piedade o quebrou. E nada mais me resta… Vivo em fuga e isso é tão ruim, mas pensando melhor, viver sozinho é morrer. Então parei de fugir. Venha moça, entre, deixarei a porta aberta só para ti, parto-me em dois, um pouco para ti e outro para mim. Viver pra si é preciso. Não é mesmo? E então ela adentrou minha casa, fez do meu ser morada e no meu ouvido sussurrou que nunca mais me largara. Essa moça é um turbilhão, uma confusão, essa moça é minha solidão...

Ana Caroline L.

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